Cabral quer desfavelizar Avenida Brasil

Mapa da Avenida Brasil

Mapa da Avenida Brasil

Já houve pelo menos uma discussão do governador Sérgio Cabral com  Ministro das Cidades, Márcio Fortes, sobre desfavelização na Avenida Brasil, que corta 27 bairros da cidade. Porque isto não saiu do papel. Se procuramos em sites de busca por Avenida Brasil, não será difícil encontrar a quantidade de empresas que deixaram a via por conta da violência das favelas que as margeiam.
 
Leiam abaixo esta reportagem do Jornal do Brasil publicada em Janeiro.
Avenida Brasil será nova opção de moradia
     Um novo convênio entre os governos municipal, estadual e federal poderá desencadear um processo de desfavelização ao longo da Avenida Brasil. O caminho foi aberto através de um decreto, publicado ontem no Diário Oficial do município, que permite o uso residencial, comercial e misto de 17 áreas abandonadas ao longo da avenida, passando por mais de 10 bairros das zonas Norte e Oeste. Para discutir o acordo, haverá hoje uma reunião com secretários de habitação, prefeitos e diversas autoridades ligadas ao tema, além da presença do ministro das Cidades, Márcio Fortes, e do governador, Sérgio Cabral.
      A secretaria municipal de Habitat mapeou imóveis e lotes abandonados por indústrias, a maior parte junto à Avenida Brasil. O decreto incentiva permite até a construção de mais de duas unidades residenciais por lote, o que antes era proibido.
     O secretário estadual de Habitação, Noel de Carvalho, prevê a construção em série de conjuntos habitacionais. Segundo o secretário, cada lote poderá compor até 300 apartamentos ocupados por moradores de área de risco da própria região.
     – As áreas serão alvo de mais um convênio envolvendo os poderes municipal, estadual e federal. Nessa reunião, vamos propor uma série de isenções e incentivos envolvendo todas as esferas do executivo – diz Noel.
     São 17 áreas de 10 a 20 mil metros quadrados cada, situadas em bairros como Olaria, Penha, Vigário Geral, Ramos e Irajá. Uma das áreas é a antiga fábrica da Coca-Cola, próximo ao Complexo do Alemão. Em duas outras, a prefeitura planeja construir escolas.
      O consultor de desenvolvimento urbano da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário, David Cardeman, acredita na revitalização da área, apesar da violência que afugentou empresas da região.
      – A violência foi um fator que influenciou na saída das empresas, mas o espaço é muito bom. As áreas serão assediadas pelo mercado por serem mais baratas e de grande fluxo – defende.
      Mas, para Francine Pinheiro, advogada da Fundação Bento Rubião, o medo é justamente a especulação imobiliária.
      – Nunca houve uma pré-disposição em se conversar com movimentos de luta pela reforma urbana. Nosso medo é de que a medida, mais uma vez, favoreça apenas o setor comercial – diz.

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